Resenha: Um Martini com o Diabo


Livro: Um Martini com o Diabo
Autor(a): Cláudia Lemes
Gênero: Romance policial, romance noir
Editora: Editora Empíreo
Páginas: 378

   Sinopse:

O jovem Charlie Walsh está em Las Vegas. Não para tentar a sorte, e sim para matar seu pai, um chefe da máfia italiana, Tony Conicci. O plano era infiltrar-se no restrito grupo de confiança da família Conicci e se aproximar do chefão, mas Las Vegas corrompe. E o desejo de vingança de Charlie é posto em prova quando ele se vê seduzido pelas amizades, o poder, drogas e dinheiro que a máfia oferece.

Com o FBI em sua cola, e secretamente apaixonado pela enigmática esposa do pai, ele precisará decidir onde apostar sua lealdade.

(Sinopse padrão para Um Martini com o Diabo, disponível nas páginas online dedicadas ao livro, no Skoob, e na loja virtual da Editora Empíreo.)

   Capa:
    
    Segurem essa capa lindíssima (e imaginem a qualidade do produto final, no que tange ao acabamento físico do livro)!


Capa Oficial de
Um Martini com o Diabo

   Book trailer
Book trailer produzido pelo estúdio criativo do canal Trajeto Aleatório, para a Editora Empíreo.




   Contextualizando


Num 05 de maio, um dia como outro qualquer, me deparei com uma oportunidade inesperada e extremamente instigante: ser beta reader do novo projeto de autoria da Cláudia Lemes, uma escritora nacional, dentro do gênero de romance policial (ela já escreveu também dentro dos gêneros drama, slasher e contos de terror). Eu não havia lido nenhum livro da autora ainda, mas amigos próximos me recomendaram ela de forma enfática! Então, não pensei duas vezes, e aceitei de pronto.

O primeiro desafio com o qual me deparei foi a troca de gênero literário: tenho lido tanta fantasia, ficção, romance, drama, e outros gêneros, que ao me deparar com uma romance policial noir (ainda nem conhecia o estilo!) não sabia exatamente o que esperar. E é aí que está a grande sacada da primeira leitura e do público beta: descobrir o potencial do livro, o quanto ele pode prender o leitor, e em qual público ele terá maior receptividade.

Cheio de ansiedade, adentrei na história criada por Cláudia... e deuses... me acompanhem nessa aventura cheia de perigo e brutalidade na máfia italiana, mas com seus tons de romances fatais e dramas silenciosos (ou não), tudo isso muito bem medido e temperado. Lembrem-se do ditado, "o que acontece em Vegas, fica em Vegas!" Mas será que é sempre assim?

   Por dentro da história

Um martini com o Diabo é fruto de uma saga literária lançada anteriormente. Uma derivação da trilogia dos Woodsons (que narra a história de quatro gerações de uma mesma família sulista dos Estados Unidos [já resenhada aqui no blog, pela Karyne Oliver]). A autora viu nesse "desmembramento" uma oportunidade de aprofundar a história de um personagem já conhecido e amado, na trilogia, e dar-lhe um background completo. E caso vocês já não sejam ávidos leitores da trilogia dos Woodsons, quero que vocês conheçam Charlie Walsh.


"...certos bichos parecem ter rixas pessoais com humanos e ignoram completamente seus instintos..."

Charlie é jovem, atraente, sagaz, e adora ler (já quero! novo crush!). Mas passa a viver envolto em seu desejo por vingança após descobrir sobre o passado de sua mãe e, consequentemente, sobre a brutalidade do pai. Buscando fechar as feridas do passado, ele acaba abrindo-as ainda mais e trilhando um perigoso e impreciso caminho rumo à sua justiça pessoal. O que ele não esperava é que nesse caminho ele fosse encontrar tantas pessoas que o afetariam de forma marcante, para o bem ou para o mal (se não para ambos). Las Vegas em si já pode ser chamada de cidade do pecado ou de terra sem lei: com seus cassinos, boates, prostíbulos e, por baixo de tudo, seus crimes, assassinatos, lavagem de dinheiro e venda de drogas. Charlie se vê rodeado por tudo isso, e querendo ir ainda mais além, almejando estar lado a lado com seu odiado pai. 


"Charlie suponha que todo ser humano tinha alguns momentos de se perguntar: como cheguei a esse ponto?"

O problema, é que Charlie, durante a trajetória, apesar de ser o protagonista, não é o good guy, não é o mocinho. Pelo menos não apenas, e nem sempre o mocinho. Ele é quase um anti-herói. Você se verá lutando para determinar se o ama, ou o odeia. E, mais profundamente, tentando entender ou justificar seus atos. Foi tão humano ler esse livro! Não posso ir muito além daqui, pois seria estragar a surpresa e o prazer da leitura do livro mas, não é só Las Vegas que corrompe. Quais os efeitos de estar lado a lado com o pior de alguém? Até onde você iria por vingança? Qual preço você estaria disposto a pagar? E, acima dessas questões, entre razão e emoção, as duas mais primitivas premissas da consciência humana, quem vence?


"...agora que seu coração finalmente se acalmara e ele se permitira entrar num estado quase de transe, que era o limiar entre a loucura total, eterna e desenfreada, e a sanidade que ele sempre praticara com devoção e disciplina."

Teremos também o núcleo da história de vários outros personagens que cruzam com o nosso protagonista, alguns ficarão mais tempo com ele do que outros, mas todos o influenciarão de alguma forma. E acabaremos por nos apegar a vários deles. A minha personagem predileta em todo o livro é a Rocket. Acabarão descobrindo o por quê.


Screenshot feita no tablet,
durante a leitura beta do livro

Há alguns esteriótipos dentro da história, que vão sendo desconstruídos conforme a leitura é feita. De modo que percebemos que nem sempre o que parece, o é de fato.O desfecho de tudo? Bem, inesperado, é que pode e deve ser dito. Ah, o livro rendeu quotes, muitos quotes! Selecionei alguns para colocar durante o texto da resenha, para atiçá-lo, caro leitor! Poste os que mais lhe agradaram, após sua leitura do livro, nos comentários! Eu não posso estabelecer muitas comparações com obras do mesmo gênero, por não ter embasamento anterior. O que posso afirmar é, eu li, gostei, gostei muito, e lerei ele muitas outras vezes, pra continuar odiando alguns personagens e amando outros! Eu poderia citar tantos por nome, aclamando suas virtudes ou julgando seus defeitos, mas a questão é que se o fizer, como vocês lerão o livro imparcialmente (lembrem-se, esta resenha visa aqueles que ainda não leram o livro, principalmente, e é uma base para aqueles que já leram começar o debate)? 
"Agora não adianta querer fugir das consequências."
Noooossa Ricardo! Pera aí! Como assim você só falou do Charlie? Só tem ele na história? Só ele que é importante? Claro e obviamente que não pessoal. Mas se eu começar a falar dos outros personagens, eu não paro mais! Vou dar uma palinha sobre outras personagens centrais na trama, então: Rocket e Marion. De certa forma, elas são o oposto uma da outra, com estilos de vida diferentes, mas cada uma com um passado opressor a seu modo. Rocket trabalha nos cassinos do grupo de Toni, como dançarina principalmente, sendo a estrela dos shows; enquanto Marion foi a escolhida por Toni para ser sua esposa. Marion tem personalidade própria, embora na maior parte do tempo só deixe transparecer ser uma mulher bela, recatada e do lar, algo próximo a uma socialite. Ah, e Marion tem um lindo bicho de estimação. Se apaixonem por ele. É uma ordem.

#EuRecomendo #EuLeio #CláudiaLemes

   Curiosidades e Detalhes: o que mais gostei
  (Zona Segura - No Spoilers): 
  • O livro será lançado em 12 de novembro deste ano, no Sesc de Santos às 18h30, estado de São Paulo, pela editora Empíreo, mas já está em pré-venda na loja virtual da editora; Aaaaah, super atualização! O site do livro já está disponível!! Confiram aqui!
  • A história tem um quê delicioso de Agatha Christie: não a ambientação em si, mas o cuidado minucioso com o vocabulário, o linguajar; muitos termos usados frequentemente na trama vem da máfia italiana, de fato, gírias e jargões, códigos; E a autora teve a perspicácia de colocar um glossário inicial para ajudar os iniciantes no gênero a entenderem os termos, introduzindo-os ao meio;
  • Vai ser difícil definir qual o momento mais brutal no romance!
  • Reparem na arquitetura pessoal: cada detalhe da história é bacana; perceber os cenários, suas descrições, é incrível; encontrem a lógica por trás; percebam a pesquisa envolvida na construção do livro;
  • Não sei qual será a impressão de vocês ao final da leitura do livro: mas, alguém mais visualizou a Rocket como nossa eterna e querida Satine de Moulin Rouge!?






  • Cláudia Lemes é uma autora super bacana, muito aberta e receptiva aos fãs de seus livros e escrita; ela é bem presente nas redes sociais, e tem um humor e personalidades únicas, fazendo comentários e reflexões sobre livros, séries, filmes, e sobre o cotidiano geral. Porém, atenção! Machismo, preconceitos, e quaisquer formas de desrespeito ao próximo não são tolerados! Casadíssima, e super feliz com a família que possui, seu marido é praticamente o leitor 0 de suas obras, o alpha! Se inscrevam no canal dela no YouTube!
  • Ser beta reader foi delicioso! há uma espécie de contrato de sigilo, para que você não divulgue informações sobre a história antes da hora, nem vaze o arquivo do livro para amigos ou na internet. Além disso, há um tempo determinado para você ler o livro, e após esse período, ocorre uma discussão com todos os beta readers para debate dos melhores momentos, o que foi o ápice, o que esteve ótimo, o que pode melhorar, se perceberam alguma falha na trama, etc. Enfim, foi uma experiência enriquecedora; enquanto lia ia escrevendo comentários nas bordas, grifando quotes, circulando os melhores momentos; eu praticamente queria perturbar a autora a cada instante; Aaaah, os nomes dos capítulos são muito, muito bacanas! Prestem atenção neles!
  • As cenas de ação são sempre rápidas, dinâmicas, é como estar em um filme! Você lê com tanta voracidade que se bobear não consegue fazer a curva (kkkkkkkkk)!!
  • A Cláudia fez três vídeos, uma série, sobre preparação de martinis! Confiram aqui, aqui e aqui!

"De repente ele era Deus. O filho da puta mais foda do lugar."
   Citação Preferida:

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