#News: Game of Thrones no Centro dos Holofotes
E não, isso não é bom



Sim. É inevitável. Não há como dar às costas ao assunto mais polêmico, citado e comentado da última semana: o episódio SE05EP06 de Game of Thrones, a "galinha dos ovos de ouro", da milionária rede de TV, HBO. Seguindo a linha lógica de produção que o canal aderiu para a serie, mais adaptações, para o bem ou mal, foram feitas. Persongens dos livros que nunca apareceram na série, outros que nunca existiram nos livros e apareceram na série, acontecimentos com o desenrolar totalmente diferente do original, e alguns que sequer deveriam ter sido cogitados. Mas, a HBO é fiel ao "panis et circenses", dando ao grande público sangue, violência e sexo, muito sexo. Mas o ponto em si, no foco atual, é o papel das mulheres na série, sendo usadas como meras coadjuvantes, sem importância real alguma, e como objeto sexual.

Buscando o "zum zum", o "barulho", literalmente o hubbub, ela chocou a todos mais uma vez. Desde de antes da estréia de sua  temporada mais recente, já corriam boatos de que seria a mais sangrenta, a mais violenta e a mais absolutamente chocante de todas. Nos era recomendado esquecer todo o requinte de crueldade mostrado até agora, seríamos agraciados com com coisas ainda piores do que tudo o visto até o momento, a própria protagonista da polêmica cena, Sophie Turner (Sansa Stark), comentou que seria diferente de tudo que já havia sido feito, mais impactante, assustador, e que até mesmo a equipe de gravação ficou totalmente desconfortável com a situação.

E sim, a emissora cumpriu sua promessa. O último episódio "Unbowed, Unbent, Unbroken", foi cruel, sádico e brutal. Sansa, apesar de tudo, havia sido protegida do pior sempre. Ela passou praticamente ilesa (entendam que me refiro a horrores do tipo perder uma perna, braço, língua, levar uma senhora surra, etc.) pelos Lannisters, por Joffrey e pelo Mindinho. Mas casá-la com Ramsay Bolton (que não é mais um bastardo no nome, abandonando o uso do Snow) foi sua sentença. Por fim, ela sofreu com ele, em uma cena, toda a dor, pavor e humilhação da qual havia escapado anteriormente. E nada em seu futuro (além do vazamento de supostos scripts, que se confirmaram verídicos até agora...) lhe mostra algo bom no por vir.



A internet está em polvorosa. Tem fãs digladiando em todas as redes sociais. Por um lado os adoradores da série, fãs convictos de adaptações, enquanto do outro os amantes da história original dos livros. Porém, dessa vez não pelas mudanças em si, mas pelo impacto e necessidade delas. Apelar mais uma vez aos instintos mais básicos do público parece não ter sido uma boa ideia, agora. O site Game of Thrones BR, conhecido como o maior portal da saga, no Brasil, entrou na causa. Os últimos artigos dos principais membros (GoT contra as mulheres, Boicote pessoal à GoT) tem sido alfinetas profundas. E devo admitir, concordo plenamente com todas.

A polêmica foi tamanha, que tem uma senadora americana incomodada! Claire McCaskill, do partido dos Democratas, descreveu a situação como uma violência gratuita, uma cena de estupro sem propósito algum. E há como dizer que não? Não creio. Para acalmar os ânimos, a atriz Sophie Turner, o roteirista Bryan Cogman e o próprio George Martin vieram às mídias, mas não acho que tenha sido suficiente. Foi demais, realmente. Foi desnecessário. Que tipo de FANFIC (sim leitor, me ODEIE se não gostar do fato de eu chamar a série disso, você tem esse direito) mais alucinógena é essa? Isso mostra o nível de alienação do ser humano. Parem e pensem: o canal produz o que dá audiência, e nudez, violência e sexo tem sido uma combinação-chave de ótimos resultados. Esses elementos estão presentes nos livros, mas nem de longe tratados de forma tão banal e trivial como na série. Nada é gratuito no livro, tudo tem propósito. Já na série, as adaptações tem tido como alvo o ganho, o lucro, o impacto, a intensidade do foco que isso poderia trazer à série e consequentemente ao canal.

Não é a primeira, e com certeza não será a última alteração fundamental na história, produzida pelo canal. Isso está deixando desde a editora Jane Johnson (na Harpper Collins) até os atores, como no caso do Ian McElhinney (que se disse decepcionado [eu pessoalmente me senti no lugar dele, uma vez que também li os livros e imaginei os eventos acontecendo como em tal] com a série) e do Alfie Allen, desconfortáveis ou constrangidos. Além de personagens célebres (Stoneheart, e aqui, Coldhands, etc.),que a série não mostrou, nem pretende mostrar.

Bem, tirem suas próprias conclusões, caros leitores. Todas as informações aqui citados estão com seus devidos links e créditos. Recomendo fortemente que leiam os artigos do GoTBR. Outros artigos que gostei muito, e explicitam ainda mais o tema, estão aqui e aqui. Deixem suas opiniões nos comentários.
*****

Nenhum comentário:

Postar um comentário