Resenha: Cidades de Papel


Livro: Cidades de Papel
Autor(a): John Green
Gênero: Romance, Juvenil
Editora: Intrínseca
Páginas: 361

   Sinopse:

Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. 

Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele achava que conhecia. 

(Sinopse padrão para Cidades de Papel, disponível nas páginas online dedicadas ao livro, no Skoob, na Saraiva e na Wikipedia.)

   Na contracapa:

Na minha opinião, todo mundo tem seu milagre. Por exemplo, muito provavelmente eu nunca vou ser atingido por um raio, nem ganhar um prêmio Nobel, nem ter um câncer terminal de ouvido. Mas, se você levar em conta todos os eventos improváveis, é possível que pelo menos um deles vá acontecer a cada um de nós. Eu poderia ter presenciado uma chuva de sapos, poderia ter me casado com a rainha da Inglaterra ou sobrevivido meses à deriva no mar. Mas meu milagre foi o seguinte: de todas as casas em todos os condados da Flórida, eu era vizinho de Margo Roth Spiegelman.

   Book trailer:




   Conhecendo o livro:

Sou suspeito para falar, mas desde A Culpa é das Estrelas, eu me viciei nos livros do John Green. Em seguida vieram Quem é você, Alasca?O Teorema Katherine. Green tem uma capacidade e sensibilidade incríveis. Suas tramas tendo como protagonistas jovens adolescentes não tem nada de indigesto ou desagradável. Não é uma literatura 'modinha' como alguns chegam a apontar. Dosando humor e drama na medida certa, ele cativa cada vez mais leitores. E com Cidades de Papel não foi diferente. 

O livro recebeu diferentes capas em cada país em que foi lançado. Eu gostei principalmente dessas 3:


Russa
Alemã
Brasileira

Inclusive, gostei muito do título na Alemanha, "Vestígios de Margo"; Já no que diz respeito à história do livro, John segue seus rumos tradicionais: um casal principal, e os amigos de um deles (ou de ambos) nas situações mais comuns, cômicas ou dramáticas que se possa imaginar. Mas ao mesmo tempo, Green incorpora o aspecto humano, temas de cunho social, que tocam e emocionam os leitores. E por fim, desenvolve esses temas com os personagens.

Agloe Maps:

































   O que mais gostei:

  • Green continua usando suas já conhecidíssimas listas ordenadas (1) 2) 3), A), B), C)) na elaboração do pensamento das personagens;
  • Os personagens secundários, nesse caso, os amigos de Quentin e Margo, Radar, Ben e Lacey são cativantes, hilários e divertidíssimos;

  • Não sei se vocês já repararam, mas aparentemente Green tem uma completa paixão por histórias: seja contar histórias, criar histórias, viver a história; Em todos os livros dele, que li até o momento, elas tem um papel fundamental. Em Looking for Alaska ele nos fala sobre como Alasca Young tinha histórias incríveis para contar devido a suas aventuras; em An Abundance of Katherines, Lindsey Lee fala sobre como gosta de ouvir e contar histórias, de como isso é bom e deve ser compartilhado, e Colin Singleton deseja fazer algo e entrar para a História; e em The Fault In Our Stars, Gus deseja ser lembrado por todos, enquanto Hazel inicia a narrativa convicta de que todos serão esquecidos, mas termina falando sobre como é incrível saber que se foi importante para alguém.
  • O significado dado a expressão que intitula o livro me é totalmente novo, eu mesmo nunca havia lido nada a respeito. Pensei originalmente que fosse uma metáfora, usada para designar o vazio, a ausência, o 'buraco'; e, de fato, também pode ser interpretada assim. Mas tem um sentido maior, técnico. E Green soube usar isso muito bem.
  • O sistema de pistas deixado por Margo foi bem interessante, mas não era para qualquer um. A pessoa realmente tinha que ter força de vontade, e uma percepção de mundo bem distinta;
  • O livro trata sobre temas profundos e delicados, assim como em outros anteriores, como por exemplo o suicídio, a fragilidade da vida, o primeiro amor, e como os jovens veem o mundo;
  • Outra coisa que gostaria de destacar, foi a reação/atitude de Quentin perante um dos colegas de escola: "...Chuck Parson achava que chamar alguém de bichinha era a pior humilhação do mundo, embora eu não veja problema algum em ser gay [...]"; Não é exatamente assim que a maior parte das pessoas pensa, hoje em dia? Assim como Quentin, espero sinceramente o momento em que ser gay/lésbica/etc. seja encarado como apenas uma faceta da sexualidade humana, e não um tabu ou algo errado.
  • Não menos importante, acho que é interessante falar um pouco sobre A Canção de Mim Mesmo, presente no livro Folhas de Relva (Leaves of Grass) de Walt Whitman, afinal, Green usou e abusou dele em Cidades de PapelWhitman nasceu em 1819, e faleceu em 1892. Foi um poetaensaísta e jornalista norte-americano, considerado por muitos como o "pai do verso livre". 
Por fim, resta dizer que Green manteve sua pegada em Cidades de Papel. Fez refletir, se emocionar e não largar o livro até que a última página tivesse sido lida. Usou uma linguagem jovem, de modo que a leitura fosse fácil de ser compreendida e divertida, até certo ponto, ao leitor jovem. Além disso, ele usou recursos interessantes, mostrando um vasto domínio geral das coisas, como o uso de termos técnicos e intertextualidade ao falar sobre outros livros e textos dentro do seu próprio.

#EuLi #JohnGreen #YouWillGoToThePaperTownsAndYouWillNeverComeBack

   Adaptação para o cinema:

* Será lançado em 09/07/2015, uma produção da FOX Filmes. Tem Cara Delevingne, no papel de Margo e Nat Wolff como Quentin. Page oficial no Facebook;






   Trilha sonora:

Hey pessoal! Saiu a playlist (soundtrack) oficial do filme! Confiram:
  1. Santigold – Radio
  2. Twin Shadow – To The Top
  3. Sam Bruno – Search Party
  4. Kindness – Swingin Party
  5. Vance Joy – Great Summer
  6. Vampire Weekend – Taxi Cab
  7. Son Lux – Lost It To Trying (Paper Towns Mix)
  8. Saint Motel – My Type
  9. Galantis – Runaway (U & I) (Svidden & Jarly Remix)
  10. HAIM – Falling
  11. Grouplove – No Drama Queen
  12. De Lux – Moments
  13. Alice Boman – Be Mine
  14. The Mountain Goats – Used To Haunt
  15. The War on Drugs – Burning
  16. Nat & Alex Wolff – Look Outside

   O que não gostei:

Guys! Que final! Achei que Depois de A Culpa é das Estrelas, Green não me faria sofrer mais. Mas achei errado! :/ Não sei exatamente o que dizer, só o que sentir. Leiam por sua conta e risco.

   Citação Preferida:

*****


Um comentário:

  1. E a verdade é que me sinto exatamente como Margo: com todos os fios arrebentados, descobrindo amigos que não são tão amigos assim, amores que te traem, e rodeado por pessoas vazias; Sua confiança já foi usada e abusada, e ela não quer mais agradar a ninguém. Ela quer partir.

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